domingo, 10 de fevereiro de 2008

pele

O tédio ia penetrando
Invadindo cada poro
Enraizando-se nos músculos
Sentia os desejos se avigorando,
Me espalhando em mil
Amarrando cada pedaço com cores fortes
Sensualizando meu pescoço
Me fazendo sentir cada laço
Dores pequenas, espalhadas em meus dedos
Deglutia desejos.
Desejos de suprir o gosto,
De eternizar simples coisas
De fazer brilhar aquele arrepio de novo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Exercício prévio

Uma estranheza de felicidade me atenta nessa estação.

Virei burro de carga e funciono ao alarme do prazer, talvez uma hedonista frustrada ou uma bomba na película de algum coração, isso me cai tão bem. Mudanças pequenas viraram açúcar no café, essa semana tudo vai começar a ser cachoeira, não daquelas que a gente encontra a trinta minutos daqui, um segundo é suficiente e já estamos lá, um fechar de olhos, um abafado fôlego. Isso é tudo e bom. Dá vontade de ficar mais tempo de pijamas, me imaginar além dessas paredes, não ter mais medo, receber mais flores de um amor sincero e ter mais uvas pro jantar.

Beijo meus ombros e mergulho nesse labirinto, pra poucos e pra sempre.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Foi

Minhas sete almas que choram
Gotas dessa nuvem adotiva.
Que só me fez derramar
Os encantos que não pedi
Perdi.

O caminho foi imenso
Cheguei lá sozinha,
Perdi seus braços na curva
Vi da janela, a lua amanhecida.
Triste e fina.
Como se ela chorasse meu rosto.
Abriste a porta com receio,
Olhos turvos e mudos tragando a casa fria.

Quero me apoiar tranqüila.
Minhas inquietações são vazias e suas.
Sei que feri as rosas no seu leito
Mas agora tens asas maiores

Mergulhei nos canteiros dourados
Te tirei de dentro
Cortina fechada.

Meu coração anoiteceu.