sábado, 9 de agosto de 2008

o mundo brilha e poucos giram

O cheiro do ferro umidecido me entorpecia ao ver a tão bela lua se apagar. E é aí que as coisas começam a finalmente fazer sentido, a vida, o dinheiro, os pulsos e tudo mais. Os postes ainda iluminam ruas vazias com suas fortes ondas amareladas, os dias vão devorando as horas e o nosso fim sempre chega. Não quero ser uma lápide gloriosa, nem pétalas secas entaladas no seu choro, apenas bons recortes feitos pelas suas próprias mãos, amigo.

-sinto.

sábado, 2 de agosto de 2008

efeito de desencaixar

O dia foi desaparecendo com a última gota laranja deslizando no horizonte. Da janela ela cantava bonito sentindo o suor massageando seu rosto até a ponta da orelha, longos braços apoiavam seu rosto na certeza de estar sempre alí para sentir seus mais belos fins de tarde. Os olhos devoravam a metamorfose das cores que se desmanchavam com a brisa leve que chegava, era difícil sentir medo, glória ou pavor, aquele momento era único. As batidas fortes recitavam alegres todas as poesias do mundo, nesse momento caiu no abraço da fantasia e se entregou como sempre.
O suor se esfria e o dia desfalece, vejo a certeza como algo inatingível mas fujo como nunca do tédio de sofás e camas pendurados pela casa.