terça-feira, 20 de janeiro de 2009

sem

"Hoje meu final foi triste", sufocamos nossa paz até as palavras escorregarem naquele constante silêncio. Falávamos sobre fugas, dias incompletos e casais falidos. Levo cicatrizes de tempos bons onde sobrou mais que saudade, ultimamente anda fazendo muito frio e me preocupo com esses arrepios, é difícil sair dessa realidade morna! até dizem que é melhor assim, confortavelmente reprimida, mas não me adapto. Me descobri como uma vela que vai se movimentando aos poucos sem um porto que só quem sente, sabe.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

01:03

um ventinho frio nas pernas e uma vidraça a me namorar. No banco de madeira, eu era a exposição, eu estava à venda e não havia outra mercadoria, todos os olhos eram meus e muitos me acusavam pelo vazio que quase transbordava pela calçada. Meia noite e pouco, meia noite e muitos... uma e três da manhã; atravessei, fui ver, tocar, experimentar até ver o vidro se embaçar ao ter meus sopros tão de perto. Eram flores, uma estreita rua nos separava mas estavamos alí como pedras, paradas, limitando nossas raízes a um pote, sem tempo ou presas, quase doía. O interior é vasto, podíamos ver as medidas desmedidas, mas os suspiros não passavam da vidraça. Sinto largueza nos fios dessa mortalha, o gosto de envelhecer os olhos e quando... sinto o meu pote.