quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

um par

O relógio tictadeando engole as horas, e o tempo nos torna realmente muito pouco. Ele e ela esquentavam suas mãos noite afora, era como se o peso do mundo se pulverizasse nesses encontros quase inesperados. Existia encanto. Era suave o gosto de lembrar que juntos, o resto tanto fazia. Tinham o outro para bailar inevitavelmente as doces batidas de um peito encharcado que flutua em segredos. "Adoro meus olhos por me emprestarem essa beleza que exalta dos seus risos", cantava ela bem baixinho. Mas viveram pouco dessa saudade, agora só são uma ótima combinação que os divide em dois.
Quando a neblina embaça o fim da estrada, a vida se resume em desvios. Essas memórias não passam de uma ânsia insignificante para quem não sabe cuidar de sonhos reais, tudo ainda se cala pelo medo dissimulado de enfeitar as variações de amor. Chegaram amortecidos no adeus
e
se tudo tem final, espero que esse sentimento
também seque.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

noite calma e longa, comecei a tentar enxergar melhor os pedaços que quando se juntam, pulsam. Aqui novamente e bem sozinha percebi que todas aquelas amoras doces foram cicatrizes de um tempo bom que minha sombra desenhou na calçada. Ir embora, ignorar paixões foi quase uma obrigação mas dalí nasceram coisas enormes que até hoje me beijam as costas. Talvez tudo volte a ser como antes dos festivais das flores, ocupar-se com pessoas medianas sempre fez parte dessa rotina viciante e se a bomba explodir, continuarei deitada olhando meus cartazes escalando as paredes, asfixiada pelo frio de ser uma só.