sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
01:03
um ventinho frio nas pernas e uma vidraça a me namorar. No banco de madeira, eu era a exposição, eu estava à venda e não havia outra mercadoria, todos os olhos eram meus e muitos me acusavam pelo vazio que quase transbordava pela calçada. Meia noite e pouco, meia noite e muitos... uma e três da manhã; atravessei, fui ver, tocar, experimentar até ver o vidro se embaçar ao ter meus sopros tão de perto. Eram flores, uma estreita rua nos separava mas estavamos alí como pedras, paradas, limitando nossas raízes a um pote, sem tempo ou presas, quase doía. O interior é vasto, podíamos ver as medidas desmedidas, mas os suspiros não passavam da vidraça. Sinto largueza nos fios dessa mortalha, o gosto de envelhecer os olhos e quando... sinto o meu pote.
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3 comentários:
sensível como o vento...
Mas como assim mastigável? :o)
Talvez seja a melhor caracterização em forma de texto da palavra: sublime.
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