quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

um par

O relógio tictadeando engole as horas, e o tempo nos torna realmente muito pouco. Ele e ela esquentavam suas mãos noite afora, era como se o peso do mundo se pulverizasse nesses encontros quase inesperados. Existia encanto. Era suave o gosto de lembrar que juntos, o resto tanto fazia. Tinham o outro para bailar inevitavelmente as doces batidas de um peito encharcado que flutua em segredos. "Adoro meus olhos por me emprestarem essa beleza que exalta dos seus risos", cantava ela bem baixinho. Mas viveram pouco dessa saudade, agora só são uma ótima combinação que os divide em dois.
Quando a neblina embaça o fim da estrada, a vida se resume em desvios. Essas memórias não passam de uma ânsia insignificante para quem não sabe cuidar de sonhos reais, tudo ainda se cala pelo medo dissimulado de enfeitar as variações de amor. Chegaram amortecidos no adeus
e
se tudo tem final, espero que esse sentimento
também seque.

3 comentários:

Lupe Leal disse...

eu sei, entendi. e vc me mudou muito com essa história de "acreditar em fins". eu acabo por fim, acreditando.

até mais, raízes.

Tatá disse...

bonito de se ler, Thais. =)

Francisco Filho disse...

espero saber cuidar dos meus sonhos reais, e nao viver de memórias.