quando o desprazer começa
muros são criados para que ninguém escute
de noite todo mundo fala alto e rí
menos ele que estica as pernas,
apoia o queixo de leve sobre o peito e cruza as mãos,
vai embora na hora que levanta e paga a conta feito um canalha.
entra no carro, uma boa música começa e ele pensa que poderia ser assim tão fácil
chega em casa mudo,
escova os dentes, metralha o espelho e se apaixona pelo seu reflexo raivoso.
desaparece embaixo dos lençóis,
deitado ele percebe que ser miserável acalma sua solidão.
todo pecado faz sentido quando se fantasia a própria morte pelo prazer da ilusão,
vale a pena morrer quando se é ressuscitado por línguas.
Um comentário:
Putz, aí ficou guardada num armário e arrepiou pra escrever, esperando o próximo iha!
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